Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Huberia nettoana (MELASTOMATACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Baumgratz, 2019), com ocorrência nos estados: MINAS GERAIS, municípios Alto Caparaó (Leoni 3610), Baependi (Santiago 357), Delfim Moreira (Kuhlmann 2438), Lima Duarte (Moreira 65), Marmelópolis (Antunes 720), Passa Quatro (Meireles 3373) e Rio Preto (Matozinhos 428); RIO DE JANEIRO, municípios Itatiaia (Braga 4509), Petrópolis (Meirelles 435), Resende (Prance 30132), Rio Claro (Martinelli 19883) e Teresópolis (Gonçalves s/n); SÃO PAULO, município São José do Barreiro (Brade 20739). Ocorre entre 1.400 e 1.700 m de altura (Baumgratz).
Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil (Baumgratz, 2019). Conhecida popularmente por quaresma, foi documentada em Floresta Ombrófila, Campos de Altitude, Floresta Nebular e sobre Afloramentos Rochosos associados a Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, porém esparsa, EOO= 28847 km², número de situações de ameaça maior que dez, considerando-se os municípios em que foi documentada, e presença confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral consolidadas, como Parque Nacional de Itatiaia. Apesar da ocorrência em áreas usualmente não destinadas a práticas agrícolas, sabe-sde que a perda e fragmentação de habitat no domínio da Mata Atlântica está aumentando rapidamente (Galindo-Leal et al., 2003; Tabarelli, Silva e Gascon, 2004). Afloramentos graníticos e Campos de Altitude, onde a espécie foi amplamente documentada, também estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração, aumento na intersidade e eventos de incêncio severos e invasões biológicas (Porembski, 2000; Forzza et al., 2003; Martinelli, 2007), que reforçam a necessidade de proteção dos inselbergs e de sua extraordinária biodiversidade. Martinelli (2007) alertou para a necessidade de ações urgentes de conservação para essas áreas altas da Mata Atlântica e propôs a inclusão dos Afloramentos Rochosos e Campos de Altitude na agenda brasileira de conservação da diversidade biológica. Ainda, ocorre em algumas localidades bastante afetadas pela ação humana, podendo, portanto, vir a ser ameaçada de extinção em um futuro próximo. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) de extinção neste momento. Sua ocorrência em áreas degradadas poderá causar declínio de habitat ou populacional em futuro próximo, diminuindo o número de situações de ameaça para menos de 10, caso as ameaças não sejam controladas, transferindo a espécie para a categoria "Vulnerável" (VU). Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois uma extinção local poderá ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para a implementação de Planos de Ação Nacional (PAN) em territórios situados ao longo da distribuição conhecida de H. nettoana.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re- acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2011 | NT |
Descrita em: Arquivos do Instituto de Biologia Vegetal 2(1): 13, pl. 1, f. 1–4. 1935. Conhecida pelo nome popular quaresma no sudeste (Baumgratz, 2019)
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | regional | high |
A perda e fragmentação de habitat no domínio da Mata Atlântica está aumentando rapidamente (Galindo-Leal et al., 2003; Tabarelli, Silva e Gascon, 2004). Afloramentos graníticos também estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração e invasões biológicas (Porembski, 2000; Forzza et al., 2003; Martinelli, 2007), que reforçam a necessidade de proteção dos inselbergs e de sua extraordinária biodiversidade, especialmente como resultado dos altos níveis de endemismo. Martinelli (2007) alertou para a necessidade de ações urgentes de conservação e propôs a inclusão dos afloramentos rochosos na agenda brasileira de conservação da diversidade biológica (L.F.A. de Paula et al., 2016). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | national | very high |
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Nos estados onde a espécie ocorre foram desmatados entre 2017 e 2018 3.379 ha em Minas Gerais, 18 ha no Rio de Janeiro e 96 ha em São Paulo. | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.4.3 Sub-national level | on going |
Espécie avaliada como "Presumidamente extinta" pela segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2016). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi reistrada em: Parque Estadual da Serra do Papagaio (Santiago 357), Parque Nacional. Trunqueira (Leoni 3610), Parque Estadual de Ibitipoca (Moreira 65), APA da Mantiqueira (Antunes 720), Parque Nacional de Itatiaia (Braga 4509), Parque Nacional da Serra dos Orgãos (Meirelles 435) e Parque Estadual do Cunhambebe (Martinelli 19883). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |